Fisioterapia nas Doenças Ocupacionais







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As doenças ocupacionais são enfermidades adquiridas no trabalho e, dependendo da causa, podem afetar qualquer sistema – tegumentar (irritações na pele pela permanência em ambientes muito frios ou quentes, oleosos ou empoeirados); tecidos moles (bursites do ombro, tendinites do ombro, epicondilites do cotovelo, distensões musculares); nervoso (neurites compressivas do mediano no punho); sensoriais (cansaço ou irritabilidade visual por ambientes pouco ou iluminados excessivamente), (irritação ou cefaléia por ambientes com barulho excessivo); respiratório (asmas alérgicas, bronquites, pneumopatias devido poluição do ar – gases, tinta, pó); e até psicopatias (depressão, estresse, irritabilidade) por trabalhar sob pressão em atividades que o individuo não mais se identifique.

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Causas das doenças ocupacionais

Podem estar no próprio indivíduo – devido a inadequação do seu biótipo para a atividade, tipo de comportamento ou suscetibilidade maior para determinadas doenças ocupacionais que seus colegas de trabalho.

Às vezes a causa pode estar no ambiente – mobiliário inadequado para a execução da tarefa e/ou ao corpo do individuo; iluminação, barulho, temperatura.

Ou mesmo no método/técnica de execução da tarefa – predispondo ás causas biomecânicas:

Postura inadequada assimétrica ou em flexão mantidas por tempo prolongado;

Sobrecarga (peso excessivo) para levantamento/transporte de cargas ou mesmo técnica incorreta;

Movimento repetitivo fatigando músculos e tendões, sem tempo de pausas suficientes para recuperação; Operação de instrumentos vibratórios.


Classificação das doenças ocupacionais

O médico do trabalho é o especialista indicado para estabelecer o diagnóstico, após estudo do histórico e evolução dos sintomas, do exame físico e dos exames complementares (radiografia, ultrassonografia, ressonância magnética,tomografia, eletroneuromiografia).

Por razões didáticas, para organizar as regras de conduta ou mesmo para facilitar o protocolo de tratamento, diversos autores costumam identificar as DO em pelo menos quatro estágios:

- Estágios I e II - Quando as queixas predominantes do individuo são cansaço extremo, fadiga e mesmo episódios de dor,durante a execução da atividade, porém que melhoram com o repouso, com estabelecimento de pausas para recuperação (10 minutos a cada 50 trabalhados), com orientações posturais, ajustes no mobiliário e exercícios de alongamento/ fortalecimento feitos em grupo (cinesioterapia laboral);

- Estágios III e IV – Se caracterizam por queixas de dor constante, geralmente com histórico de faltas ao trabalho devido a dor e tratamento anterior.

Nesta fase, além das ações preventivas anteriores, é mais freqüente a necessidade de afastamento da função, do uso de medicação analgésica – antinflamatória e até mesmo de cirurgia.

A fisioterapia, além dos exercícios e ajustes posturais, pode disponibilizar de recursos termoterapêuticos (crioterapia,calor-infravermelho,ondas curtas,ultra-som), eletroanalgésicos (tens,laser), massoterapia, realizados em atendimentos individualizados.


Fisiopatologia
Deve-se observar que o trabalho muscular prolongado e estático sobrecarrega demais os músculos e estes ficam em contração constante, aumentando a pressão dentro do músculo, comprimindo os vasos e diminuindo a circulação local. Se o músculo relaxar um tempo, estaremos criando condições para que a circulação volte ao normal, havendo desta forma o aumento da oxigenação da região.

Em alguns casos, o músculo se adapta ás posturas do trabalho, em outros casos quando as exigências do trabalho são muito severas e as posturas inadequadas, a dor será persistente e, desta forma iniciara um processo inflamatório.

As posturas inadequadas podem ser ocasionadas por:
  • Mesa ou teclados baixos;
  • Assento muito afastado da mesa;
  • Posição fixa da cabeça durante longo tempo;
  • Falta de apoio adequado para o punho e antebraço durante um trabalho de digitação, de forma a exigir sobrecarga na musculatura extensora e flexora do punho e musculatura da coluna cervical e cintura escapular.

O que pode ser feito
  • Não atender ao telefone, segurando o aparelho com ombro e fazendo anotações;
  • Usar suporte para papel na altura da tela do computador e mesmo para ler;
  • Regular o assento da cadeira de modo que o pescoço fique reto em frente ao computador;
  • O joelho deve ficar flexionado em ângulo reto; se a cadeira for alta, usar apoio para os pés.
  • Evitar movimentos repetitivos por um longo período;
  • Fazer intervalos e realizar exercícios para reduzir os efeitos do trabalho sedentário;
  • Evitar movimentação de rotação do tronco, usando mesa auxiliar ao lado da mesa de trabalho;
  • Movimentar as pernas freqüentemente ou levantar da cadeira de tempos em tempos.

Conclusões

Devemos lembrar que, como o diagnóstico das doenças ocupacionais envolve aspectos de conduta clinica, previdenciária, trabalhista,c ivil e ás vezes até criminal, o diagnóstico deve ser estabelecido por um médico do trabalho e avalizado por um médico perito do Ministério da Saúde, que terão o cuidado de excluir as doenças degenerativas próprias da idade (osteoartrite, osteoartrose, osteoporose, artrite reumatóide) e relacionar com os hábitos domésticos ou de lazer que podem agravar os sintomas musculoesqueleticos e que devem ser evitados durante o tratamento das DO – uso excessivo do computador em casa, lavar e passar grande quantidade de roupa, limpeza manual de vidros e azulejos, ato de costurar ou tricotar horas seguidas; polimento manual do carro, carregamento de sacolas/bolsas pesadas; ato de dirigir longos períodos, atividade esportiva durante ou aos finais de semana (tênis, futebol, vôlei, ciclismo)…

Nelson Higino de Oliveira Filho
Fisioterapeuta da Sespa e Apae e docente da Uepa/Unama.


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